27 de agosto de 2008

Criança: X da questão

Para vestuário é importante que toda a criança deva receber algum estímulo para que seja ponto motivador e que leve ao interesse ao que lhe é sugerido. Todo o conceito técnico da psicologia do desenvolvimento infantil é explicado para ser base de um novo conceito direcionado ao público infantil, a roupa. Neste caso em específico é necessário conhecer todos os processos para direcionar de forma mais coerente as particularidades da criança, que deve sim, ter um novo conceito que trabalhe com a criatividade nata e dê estímulos a desempenhar um novo papel dentro da infância atual. “Para moda, o conceito é o principal meio pelo qual se fundamenta e se avalia o produto. A busca do novo acontece principalmente na moda infantil na busca de um novo conceito que lhe dê significados e transmita emoção.” (PETRY, 2006).
.
É necessário compreender que as características visuais dos produtos elaborados têm um grande efeito sobre as crianças, de forma muito objetiva, capacitando-as a gerar preferências próprias.
.
As roupas têm poder sobre as crianças de forma que elas possam se sentir ou não agradáveis com determinada peça. A criança deve ter um relacionamento sensorial com a roupa para que possa sentir desejo em tê-la, explica Montigneaux (2003, p. 68).
.
Na moda tudo é passageiro como na infância, quando se considera que cada idade tem uma necessidade a ser explorada com o intuito de desenvolver produtos criativos dentro delas.
.
Entre os dois e três anos:
A personalidade ainda não está definida completamente, ainda se encontra na fase de colocar todos os objetos na boca para conhecê-los. Também um momento relacionado com a impulsividade de realizar e satisfazer seus desejos mesmo que ainda muito dependente dos pais. Os adultos são extremamente decisórios na escolha, por isso, devem ser o alvo dos produtos e, conseqüentemente, dos varejistas. A preocupação com o bebê faz com que os pais valorizem ainda mais a qualidade do produto. Na faixa dos dois aos sete anos, a criança tem uma maneira específica de ver o mundo, a criança recria um mundo no qual corresponde a realidade, mas não de forma totalmente verdadeira. Nesse período a criança se atém primeiramente à ilustração do produto, sua cor, forma e tamanho, e ainda não tem a ligação com o nome da marca explica Montigneaux (2003, p. 69). Devido ao egocentrismo, explicado por Piaget, a atenção da criança não se direciona exclusivamente ao personagem que pareça real, ou com ela mesma, mas sim para as formas mais básicas, como o triângulo, quadrado e o círculo, pois são fáceis de compreender e assimilar, pois já fazem parte do seu olhar com dentro do mundo que aprendeu estar. Por exemplo: o peito da mão tem um formato circular, gerando um melhor apelo a brinquedos com essa forma. O material visual não precisa ter um interesse em mostrar a realidade como ela é neste período é um momento em que formas diversas que se cruzam aguçam a criatividade sem necessidade de um personagem, Mota (2007, APÊNDICE A) conclui este pensamento, mostrando que neste momento a criança não tem praticamente medo das coisas, pois ainda não conhece as formas e que curiosidade é um sentimento que está diretamente ligado. A criança precisa manusear e o tocar, é fundamental para o conhecimento do mundo ao redor, fase do desenvolvimento da autonomia motora, mas ainda possui dependência emocional muito forte. Objetos repetitivos ou cansativos não têm o poder de estimular, é a busca pelo diferente inconsciente. Segundo Mota (2007, APÊNDICE A), as crianças idolatram seu corpo e se acham iluminadas. Tudo o que ela usa ou brinca deve ter brilho e ser luminoso. Nessa fase, elas não gostam de vestir roupas, neste caso as roupas devem ser largas, elásticas e nada que provoque alguma irritabilidade. São presas às cores como o amarelo, azul e o vermelho, pois são cores luminosas. Não há diferenciação o gênero, feminino ou masculino, por parte da criança, por isso ainda não possuem preocupação com o estilo de vida, gostam de determinada coisa sem saber qual gênero é incorporado, nas cores como o rosa para a menina são imposição dos pais explica Mota (2007, APÊNDICE A).
.
Entre três e quatro anos:
Os pais, em especial a mãe, ainda exercem um poder muito grande sobre as escolhas da criança. A marca ou a loja deve convencer a mãe e seduzir a criança. As mensagens direcionadas para a criança devem ter estruturas claras e diretas e com apenas um personagem de cada vez. As formas, as cores e os gostos dos produtos são importantes nessa idade. (MONTIGNEAUX, 2003). Neste momento, as crianças já assimilam novas cores, seguindo tons primários e secundários. Cores como o verde, laranja e rosa já tem estímulos reais sobre o desejo das crianças. As formas, as cores e os gostos dos produtos são importantes nessa idade. (MONTIGNEAUX, 2003).
.
Aos quatro anos de idade:
As crianças já conseguem definir suas escolhas, hoje pequenos detalhes podem fazer a diferença. Os estímulos visuais são imprescindíveis, o tato e a audição criam um universo paralelo e mágico, remetendo a satisfação e fidelização de um produto ou serviço. Nesta fase a criança já percebe a marca como uma forma figurada a partir de algum detalhe que se fez presente no pensamento da criança, um exemplo de Montigneaux (2003, p. 70) é o “M” de Mc Donald’s. Os desenhos que envolvem na criança são direcionados à realidade, como são feitos, como funcionam, formas bem definidas e reais.As crianças são vaidosas, gostam de se sentir bonitos, adoram cheiros diferentes, são chatos e adoram uma confusão, não sentem frio, sono é melhorado, comem melhor, mas passam a sentir medo das formas, das cores, símbolos por já conhecerem o significado um pouco mais amplo das coisas, explica Mota (2007). Imitam o que acham bonito desde as atitudes até o jeito de vestir. As roupas devem ser fáceis de entrar e sair na criança, pois já conseguem vestir-se com maior facilidade, o que lhe dá maior autonomia de escolha diante suas necessidades conclui Mota (2007). Toda a criança se interessa pelo que está mais perto e atrativo, na altura dos olhos, devido à facilidade para tocar, olhar, cheirar e desenvolver todos os estímulos ligado ao desejo e prazer em consumir.
.
Dos cinco aos seis anos:
A criança já tem caráter decisório dentro do quadro familiar, muito mais manipuladora, pois já tem características, imitativas, de adultos, pois conseguem assimilar alguns pensamentos sobre a sociedade em geral. Descobrem seu gênero, feminino ou masculino. São muito criativos, já possuem noção de desejos, continuam imitando suas referencias e sabem analisar preço e fazer combinações estéticas. Para Mota (2007, APÊNDICE A) são “movidos pelo encantamento, mágica [...]. As crianças nessa fase sofrem um estímulo, se elas ficam encantadas pelo objeto que lhe é apresentado, elas querem, mesmo se não for tão bom”.
.
Ps: Informações retiradas do meu Trabalho de Conclusão de Curso sobre A IMPORTÂNCIA DE COMPREENDER A PSICOLOGIA E O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO INFANTIL PARA A CRIAÇÃO DE PRODUTOS DO VESTUÁRIO finalizado em Dezembro/2007.

Nenhum comentário: