O bombardeio de informações somado à liberdade de expressão são fatores que exercem força atualmente no processo de decisão de compra, mesmo que os produtos não sejam direcionados diretamente às crianças. Desta maneira, hoje, as crianças possuem um novo lugar dentro da sociedade, são caracterizados como centro de interesse e relacionamento, contudo ganham espaço para manter um poder de decisão.
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Segundo Petri (2007) “a infância está sendo construída num novo cenário”, consiste nas mudanças de valores, interesses e suas necessidades sobre as características base da criança, como o egocentrismo, suas ações e imaginação. A sociedade atual é consumista, onde vários recursos, incluindo a moda, criam um universo que cria sensações, desejos, proporcionam alegria e satisfação das crianças.
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“Trata-se de uma população fortemente influenciadora, participante das decisões de compra de produtos e serviços que lhe dizem respeito diretamente ou que fazem parte do conjunto familiar”. (MONTIGNEAUX, 2003, p.18).
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Atualmente o conhecimento é bastante valorizado, contudo, as crianças já vêm dando seus primeiros passos rumo à integração à sociedade, e neste contexto do mundo contemporâneo, a agilidade da comunicação mostra que são elas que estão mais conectadas a esse poder dos encantos da mídia do que os próprios adultos.
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De acordo com o Consultor Edson Zogbi (MARCO, 2006, p. 12), especialista em Gestão de Marcas e Inovação, Planejamento, Marketing e Comunicação, a criança já escolhe os produtos direcionados a ela, após isso são os pais que concretizam a decisão ao efetuar a negociação de compra, no entanto cabe aos pais, necessariamente, impor limites à compra, justificando que há outras opções, criando critérios de possibilidades, como, por exemplo, o lado financeiro, qualidade e indicação do produto e objetivos, já que as crianças opinam ainda de forma totalmente emocional.
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O Doutor Cláudio Felisoni de Ângelo, coordenador do Provar (MARCO, 2006, p. 12), confirma a que pais e filhos são reféns do imaginário coletivo, “e o mercado publicitário vale-se dessa necessidade, pois os valores da sociedade também mudaram, e o custo do tempo, ou a falta dele, passou a ser recompensado na forma de consumo”, completa.
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"A criança está despertando cada vez mais cedo para seu papel de consumidor e deve receber atenção especial, não só em lojas voltadas ao público infantil, mas de qualquer varejista consciente do seu poder de influenciar as decisões da família." (SCHMITZ, 2005, p. 19).
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Atualmente não é fácil vender para as crianças. Diversas técnicas já estão sendo desenvolvidas com o objetivo de agradar, estimular e cativar, mostrando novidades, fantasias, diversão e interatividade para se aproximar ainda mais, pois cada vez mais cedo é esse público que vem decidindo ou influenciando a compra de brinquedos, roupas, alimentos e até mesmo automóveis.
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Essa atitude de influenciar ludicamente desperta nas crianças estímulos, desejos, opiniões e até mesmo a negociação, com uma leve sensação decisória pela finalização da compra. Mesmo tão autoconfiantes e determinadas, muitas vezes, as crianças ficam indecisas com a grande quantidade de produtos ou cores de um mesmo brinquedo, assim sendo, muitas vezes a quantidade final da compra é maior do que o desejado pelos pais.